segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Fantasma

Assombram o ser…mesmo sabendo que lhes resistem!
Fantasmas, sei que és tu!
És tu que me controlas como um joguete de criança, que ainda liberto, se entranha nas tuas garras como uma afiada navalha nas entranhas de alguém!
Tu és o meu fantasma! Eu sei que me persegues, porque ainda longe te aproximas, pelo intenso viajante, que te trás até mim…
Nem com as montanhas e vales, nem com o mar pelo meio, te afastas!
Deixa-me descansar, restituir minhas energias, para mais tarde, continuar a luta, contra essa obsessão, que me tens criado!
Crias-me tamanhas obsessões, alargas minhas feridas ainda mal curadas, procuras tudo de mim, as minhas dores, os meus pensamentos, os meus sonhos, invades-me como se não tivesse direito de privacidade, entras em mim, como a flecha do Cupido, que me corrompe de ardor querido, de paixão fortalecida! Que queres de mim afinal?
Sai! Afasta-te! Não serei mais o joguete que queres que seja!
Não conseguirás terminar o que começas-te…porque a luta nunca terá fim!
Sabes que apesar de não querer que me tentes, eu quero ser tentada! Quero-te! Mais que a distancia que nos separa, mais que a hierarquia social que respeita-mos, mais que todas e qualquer uma regras, que nos são exigidas…!
Apesar de te tornares num fantasma, apresentaste a mim, como alguém, que deveras longe e sem possibilidade de proximidade, me sustém, num mundo em que nem ele próprio tem sustento…agarrando-se a linha imaginaria que traça, durante 365 dias, pelo espaço que se governa pela lei da gravidade, que faz de nós, humanos, seres caminhantes.

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