segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Distância temporal

Um dia acordei e vi-me mergulhada num oceano distante, no qual a distância, não se ultrapassa por um simples remar até á margem. A distância é tão grande, que nem pela simples vontade de ser ultrapassada se apaga. É como uma luz intensa, que com o tempo, se incendeia mais e mais, tornando-se mais forte a cada dia. Constatei que a distância ultrapassável, estava errada. Era impossível chegar á margem, chegar a ti. As margens em que nos encontra-mos, afastam-se, com cada olhar, com cada sorriso, com cada palavra, com todos os gestos, que estão dispostos ao sacrifício, para nos unir. Esta distância, faz-me pensar, que devemos valorizar cada momento, cada parte de nós, cada recanto das memórias, que tenho tuas. A distância é uma chama viva, com que todos nos acabamos por queimar. Porém, age como o vento, apagando as paixões mais fracas, e incendiando as mais fortes. Sem dúvida, me incendiou e neste tempo, de sol quente e ares fervorosos, a chama continuará viva, alta, emergente, como prova, como símbolo, como testemunha, do que realmente, secretamente sinto. Tenho a certeza, de que um dia, essa chama extinguir-se-á…mas, será hoje? Amanha? Quando afinal? Darwin, analisou a teoria continental, explicando que, duas margens que se afastem, algum dia, voltarão a convergir. Com sorte e algum rigor cientifico, as nossa margens voltarão a unir-se, eu voltarei a encontrar-te, e dir-te-ei tudo aquilo, que agora, não tenho coragem para dizer. Aqui, além, hoje, num outro dia, num outro tempo, numa outra vida, a distância será encurtada, quanto mais não seja, para te rever de novo.

Sem comentários: