quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Qualquer coisa... Mas não te levem!

Não te quero para preencheres as minhas partes vazias.
Quero ser plena sozinha.
Quero ser tão completa que poderia iluminar a cidade toda.
É só aí é que te poderia e quero ter.
Porque nós os dois,
Nós os dois lançamos fogo a tudo.
E senta-mos em frente para ver arder.
E é aí que somos os dois plenos,
A rir da nossa própria fogueira quase a tocar-nos nos pés.
A pisar-mos as cinzas onde vamos construir o nosso palácio e a contar-mos os arcos da ponte como se planeassemos roubá-la durante a noite.
Falta-me tanto e no entanto sei que tenho tudo que preciso. Uns dias menos bem.
Outros dias contigo.
E é esse abraço forte que fez juntar todas as peças que outros deixaram empilhadas.
Que fez bater a saudade.
Porque o coração nunca parou de bater.
Eu sei que tu gostas que eu seja poeta.
E sei que morremos de amores os dois para estarmos nus.
Se a minha poesia não te souber bem,
Não cuspas!
Pode muito bem vir a ser a nossa historia.
Acredito em ti.
Por isso e tudo o resto peço que não te levem.
Qualquer coisa... mas não te levem.