segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Desejo nocturno

E naquela noite, nevava e nevava, sacudia dos ombros a cada segundo, camadas mais ou menos espessas de neve, que me cobriam de um manto neutro e lácteo. As mãos quentes da neve fria, quase queimadas pela frieza da mesma, levavam-me a boca a neve gelada, que sabia a um composto químico, insosso e sem corantes. Parecia-me um prato mal cozinhado que se come, quando estamos com febre.
Peguei num floco de neve! Pus-to entre os lábios calorosos e esguios, quando ao mesmo tempo, te beijava. Eras tão matreira que tentavas esquivar os meus beijos, renunciando a este nosso amor, e todos os beijos que enviava a teus lábios, embatiam fortemente no teu pescoço, que começava a enfraquecer de tanto ser beijado.
Sentia-te mais perto que nunca, podia abraçar-te, beijar-te, tocar-te, podia até obrigar-te a fazer aquilo que eu mais desejava. Mesmo assim não te entregavas a mim, lutavas e lutavas para negar tudo aquilo. Tentavas falar numa língua que não entendia ou preferia não entender, mas depois beijava-te e enquanto me entrelaçava em ti, e te aquecia daquele frio húmido e gélido, acabavas por ceder, e retribuías com doces carícias e beijos húmidos, que me faziam pensar como tudo por que tinha lutado tinha valido a pena. Ninguém nos observava, era de noite. Abrigamo-nos num recreio, á espera que o nosso desejo, parasse a neve. Encostei-te aquela parede, beijei-te de novo. Como eram bons os teus beijos! Quanto mais te roubava, mais tu me davas!
Embora também me desejasses, a cada beijo, abstraias-te e tentavas resistir. Desapertei-te o casaco, e rodeie-te com ambos braços, por dentro dele. Toquei-te e senti que a pressão se cruzara com o desejo que ambas sentia-mos. Beijámo-nos por algum tempo, mordi-te varias vezes, até que me impedis-te de o fazer. Tinha parado de nevar, e fizeste-me um pedido….Levei-te para casa, para a tua casa, deixei-te á porta…Cansei-me que tentasses negar….!
Quando me vinha embora, chamas-te por mim. Finalmente, percebeste que não me querias deixar ir. Corri para ti e beijei-te com toda a força que tinha. Empurrei-te contra a porta, entrámos.
Finalmente, tinhas-te revelado, embora eu sentisse que seria impossível.

2 comentários:

Anónimo disse...

giro o texto.igual a menina.. a menina tbm é gira..... beijao

Anónimo disse...

Que desejo ah?