segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Cronica de quem ama e não devia amar (Parte 2)


Como a primeira parte até teve sucesso, decidi por obra das musas que me inspiram todos os dias, sim… porque eu escrevo todos os estupendos e sarcásticos dias da minha ingénua vida, reflectir de novo, dando a conhecer uma outra perspectiva do que acho ser importante conhecer do ponto de vista humano, o AMOR. Pode parecer idiota, que uma rapariga mal formada, com 17 anos, completamente revoltada por natureza e com sangue nas veias, escreva sobre assuntos tão escabrosos como este. Porém, a verdade, é que o amor é para mim, relativamente novo, e tudo que é novo, dá-se a conhecer. É basicamente, a mesma reacção, quando compramos uns novos jeans. Á primeira impressão, são rudes, básicos e praticos como todos eles são. Mas quando começam a elogiar-te, a dizer que mudaste, que os jeans te mudam, que estás diferente, aí notas, realmente que são novos. Quando amas alguem, por muito rude e pratica que sejas, as coisas vão tornando-se complexas, e a maneira com que as enfrentas muda, tornas-te mais calma, mais sensivel e sensata, compreendes o mundo e a vida de maneira diferente, pensas até, que o ser humano,a final de contas não é eterno, embora, muita pobre gente, pense que sim. A maioria tem a errada percepção, de que tudo é adiavel. Mas é urgente o AMOR! O amor equivale-se se quiserem, a Jupiter na mitologia, a Ulisses na Iliada,a Einstein na Fisica Quantica . Jupiter era o pai dos deuses, como o AMOR é o pai de tudo que existe. Embora tenha varias maneiras de ser visto, o AMOR é sempre a arvore, nunca o fruto. Mas dá frutos, e bastantes! Ulisses era um conquistador, um rei, um heroi ficcional, uma narrativa pouco viavel, mas que perdurou atraves da historia. O AMOR é o tempo, porque quando amamos o tempo esgota-se facilmente, o que não acontece se não se ama, o tempo dura, dura e dura, como se se adiasse a ele proprio. Por ultimo, Einstein é o génio, o fisico dos fisicos, uma mancha de estonteamento ajuizado. Contudo, criou e desenvolveu a teoria mais importante que alguma vez existiu: a Teoria da Relatividade. O é também o AMOR. O AMOR é louco, é passional, é pecador, porém, sabe bem. É também engenhoso. Amando alguem, o poder dos feitos humanos é infinito, tudo é possivel, tudo é então, relativo, não existindo portanto, verdades chamadas cientificas ou absolutas.
Contradizendo a minha ex - opinião, a pessoa que se ama, nunca é inalcansavel. Dizem, que o feito mais complicado dos humanos, de nós mesmos, é esquecer. Esquecer não quem amamos, mas aprender a esquecer, quem aprendemos a amar. É uma charada! No entanto, verifica-se verdadeira…Amar é aprender a compreender, a conhecer, a aceitar, a aconselhar, a respeitar. Aprende-se facilmente, mas esquecer tudo isso, quando alguem já te é tão familiar, embora pouco saibas sobre essa pessoa, é mais complicado do que parece. O problema está a meu ver, na maneira como aprendemos a amar. Quando ao inicio, tudo é “um mar de rosas”, em pouco tempo, as rosas secam, porque a água do mar é salgada, ainda que encharcadas estejam. O mesmo acontece com o AMOR, que duvido muito ser eterno. O AMOR começa do nada, geralmente, as pessoas conhecem-se o suficiente, e procuram sempre amar alguem o mais compativel possivel em interesses e em opiniões. É o tipico dilema, do que tu gostas eu também gosto!O problema reside aí…O ditado dos opostos que se atraem, não está totalmente errado. Duas pessoas que se amem, e que alegadamente partilham os mesmos interesses, vamos supor de que, nada há a conhecer entre elas. As conversas são desnecessárias, tendo em conta, que ambos dominam os mesmos assuntos. Em pouco tempo, a conversa não existe, a atenção desmazela-se e o AMOR, vai murchando. No fim, os dois reparam que são iguais, que não há nada que os mantenha unidos, e acabam por aperceber-se de que, todo aquele tempo, foi perder opurtunidades, foi infeliz, foi semântico.
Porém, o mesmo está longe de acontecer, para aqueles que seguem o ditado. Tudo há a dizer, têm assuntos diferentes de conversa, um domina desporto, outro moda, e aprendem-se mutuamente, descobrindo aquilo que a cada um importa, sabendo o que cada um tem de diferente, de especial, que os faz ser aquela pessoa singular e única. Embora tenham opiniões e ideias diferentes, não significa que tenha que haver uma clima de guerra. O dialogo é necessário, para além da atenção e da mutua compreensão. Até pode ser interessante partilharem experiencias, e levar um, não a gostar, mas a perceber porque aquilo é importante para o outro.
Eu digo, que quanto mais diferentes, melhor! A conversa dura, a atenção permanece, o AMOR cresce em vez de murchar.
É estranho ouvir-me a mim mesma falar de AMOR, quando amo, não sou respondida e ainda por cima, é um AMOR de novela, hipoteticamente impossivel. Por ventura o é, se deixar-mos que seja. É um AMOR diferente, um AMOR pouco comum. No que a mim respeita, começou por um odio doentio, que com o tempo, se tornou no que é hoje: AMOR. Se realmente fosse impossivel, haveria uma barreira empatica, que não me tinha permitido ama-la.
Não percebo, mas amar alguem, não oposta, mas que mal conheço,é obra! E das grandes! Conheço-a tão mal, e mesmo assim, isto persiste. Como o AMOR é estranho, como é matreiro e manipulador, como me faz expor-me de tal forma, como nunca pensei faze-lo! A duvida ainda persiste, mas a certeza, domina-me cada vez mais.
Ao contrario do que disse, quando achava tudo isto impossivel, quando olhava para ela e via uma frieza assustadora, incapaz de sentir, agora afirmo com toda a certeza, de que se deve sempre arriscar. Deve-se sempre ser capaz, ter coragem para falar. Contudo, por muito forte que sejamos, o medo, a ilusão, a vergonha, levam-nos sempre a regressar ao ponto de partida, ao zero. Nunca escolhemos bem, tomamos sempre a pior decisão e o arrependimento vem depois. O senso comum fala sempre mais alto, mas talvez, se deva dar ouvidos, não apenas a este, mas ás nossas vontades e desejos.
O AMOR é um risco, que todos devemos correr. É um turbilhao de problemas: o ciume, a falta de tempo, a carencia, tudo isto não existia se não existisse o AMOR. O ciume é incrivel! Acreditem ou não, embora não me sinta como tal, sou uma ciumenta cumpulsiva. Isto quer dizer que, o ciume nasceu comigo…é parte de mim, como um membro estraviado, que se me aconchegou. Não me admira. Todos os males do mundo me caem em cima, e só agora me apercebo. As vezes pergunto-me se não havera por aí, uma outra Caixa de Pandora, ou se a propria, não estará apostando a minha vida algures. Maldita curiosa, que condenou o mundo e corrompeu a sociedade!
Amar não é para todos. Nem todos amam, porque muitos não conhecem o AMOR. Mas agora que eu o conheço, e tenho a mais pura das certezas, de que é AMOR, porque fui racional, porque pensei antes de agir, porque tomei a decisão correcta e não cometi nenhuma loucura, anseio por amar. É curioso mas o AMOR contagia. Não posso dizer que me tenha contagiado, mas fui seduzida sem me aperceber e sem jogos, sem manipulaçoes, naturalmente. Contudo, comecei um jogo,quando lhe disse. Um jogo engenhoso e ignorante, em que cada olhar, é uma jogada, cada sorriso é uma ideia, cada palavra que não digo, é um plano, cada vez que a vejo,que me vê, nunca é coincidencia. É um jogo sem adversários, sem jogadas finais, um jogo em que eu decido o proximo passo, um jogo que eu manipulo conforme assim o desejar. Nada é coincidencia. Neste jogo, ao qual tão engenhosamente dei inicio, sou eu que lanço os dados.
Pode parecer desnecessario, mas devo ser uma das unicas pessoas no mundo, que não sofre por AMOR. Frequentemente, penso nela. Falo bastante sobre ela. Mas nunca parei para sofrer um pouco que seja, porque sou frenética, não tenho tempo para sofrer, mas perco o tempo que for preciso por ela.
Admiro-me pelo meu feito. Conhecendo-me como conheço, nenhuma outra pessoa me faria fazer o que que fiz por ela. Sendo ela quem é, estranha-me saber que o fiz. Ganhei-me, surpreendi-me a mim mesma. Tomei uma decisão, que me afecta todos os dias, talvez seja isso, que não me deixa sofrer. Sendo ela quem é e estando la no topo, dá-me tremendo entusiasmo e gozo saber que ela passa por mim e sabe que a quero. Nunca me deu uma opinião, mas parece-me levar este assunto a brincar! Acho que é isso que me move, saber que nunca me levará a serio. Acho sinceramente que o meu AMOR por ela, não seria igual, se ela se oferecesse, se ela fosse diferente, porque a simples ideia de ter um tesouro e não poder tocar-lhe, encendeia os animos.
Em suma, deve-se amar, nem que para isso sejam necessárias algumas jogadas engenhosas, como é o meu caso. Nada é inalcansavel. Ninguem é intocavel. Se as boas decisões forem tomadas, algum dia darão frutos, algum dia o AMOR valera a pena. Mas nada poderá ser feito, se não formos nós a mandar no jogo.

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