quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Sai...


Vou sempre amar-te. És permanente, ficas mesmo depois da desilusão e da dor. Permaneces intacta nem que em sonhos seja e em pensamento, vais-te desmoronando mas regeneras-te, como se tivesses o dom de renascer das cinzas. Pelo menos, se eterna não fores, ficas nas minhas palavras, nas minha recordações e um dia lembrarme-ei de ti, com certeza. Estou a tentar cortar os fios que me fazem querer-te. És um fantoche e dissimulas na perfeição. As linhas com que te moves, vão mudando. Supreendes-me ás vezes, mas começo já a habituar-me a essa questão bipolar que te percorre. Faças o que fizeres, não podes mudar nada. A vida é assim, insegura mas é melhor que doa a verdade do que sentir a mentira. E não imaginas como me dói a mim! E eu sei, que ela sabe, a tua confissora pessoal. Tu contaste-lhe! Posso ter certeza do que digo, na forma como passou a olhar-me. Sou muito boa com os olhares dos outros! Mas mesmo assim, não te condeno. Aliás, nunca o fiz embora devesse fazê-lo sem pensar duas vezes. Era melhor odiar-te…diz-me que queres que o faça e o farei. Também eu me modifico e me moldo. Também eu me habituo a estas fases menos boas e sou bastante instável. É curioso como me contenho e não faço nenhuma loucura. Sou demasiado instintiva é quase impossivel existir assim…Mas controlo-me! Com medicação ou não, sofro de uma enfermidade mental, que até tem por nome transtorno. Ora, se diz que sou transtornada é melhor internar-me. Juntamente com o transtorno vem a parte da compulsividade e da obsessão acrescida. Talvez seja este meu transtorno que possuo desde que existo, que te faz ser tão permanente, como se ficasses quando eu não quero que o faças.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

É meU...


Estás longe de me pertencer. A cada dia estás mais longe e mais intacta. Deixo que partas, desisto de todas as minhas ideologias que por serem idiotas são verdadeiras. Dizem que os verdadeiros homens são loucos e as loucas mulheres são verdadeiras. Eu sou louca, tão louca que me transpareci como se cristal fosse. Tenho que te deixar partir. Talvez por ser verdadeira e louca, não o fiz ainda. Ou talvez, porque quero parecer lúcida nesta minha loucura sem fim. Partes mas fica em mim teu coração. Por muito que resistas, fica ele em mim, para que não mais ninguém o possua. Não o permitirei e mais tarde ou mais cedo, arranca-lo-ás do peito e entregar-mo-ás tão severo e gélido como sempre foi. Sabes que só eu poderei derretê-lo, sabes que todo o sangue que escorre é meu e da dor da perda de algo que nunca tive. Queda então o teu coração! Parte teu corpo moribundo sem ele… que parta se assim o deseja. Haverá alguém que dará conta que o coração te falta e te recusará por pertenceres a outrém. Sem coração não terás mais vida. Roubarta-ei se for necessário! Não mais ninguém te amará se assim não o pude eu fazer. Nem mais ninguém tu amarás sem coração nem nada. E mais tarde, quando sentires falta do bater, virás a mim e perceberás que teu único erro, foi permitir que te amasse e que assim, te roubasse a alma.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Beneficios do Sexo


Desde o inicio dos tempos, que o sexo tem sido a forma de assegurar a vivência das gerações seguintes. O ser humano tem como principal função reproduzir-se e multiplicar-se, tornando-se o ser máximo do planeta. Através do acto sexual tem-no feito. Porém, o sexo deixou de se resumir a um acto de reprodução, mas passou a ser considerado um acto prazenteiro. Assim, o sexo tem conseguido a atenção dos homens e mulheres, tornando-se verdadeiramente natural e ordinário. Isto significa que todas as desculpas são boas desde que levem ao prazer do sexo. Senão vejamos as desculpas seguintes para se ter sexo, seja ele com compromisso ou puramente ocasional.
O sexo faz bem á pele. Há quem diga que se pode determinar se alguem é activo sexualmente pelo aspecto da sua pele. Durante o sexo, a mulher produz grandes quantidades de estrogénio o que faz com que o cabelo fique brilhante e a pele aparente limpa e sem manchas. O sexo é melhor que ir ao ginásio três vezes por semana. Para além de queimar calorias, ter sexo regularmente é uma verdadeira segurança para quem tem medo de engordar. O sexo é realmente fortificante, fazendo mover todos os músculos do corpo. É melhor que nadar 20 piscinas! O sexo cura pessoas depressivas. Nada de anti-depressivos ou outros quimicos que fazem mal á saude! O melhor é fazer sexo. O sexo é contagiante. Se o fizeres regularmente o nivel de feromonas que produzes será maior o que atrairá o sexo oposto. O sexo tranquiliza. É ideal para pessoas nervosas e muito melhor que o valium ou outro calmante qualquer! Beijar regularmente permite que frequentes o dentista muito poucas vezes, permite-te até descartá-lo por completo. Os beijos diminuem a quantidade de ácido na boca que provoca o enfraquecimento do esmalte. Para quem tem dores de cabeça frequentes, o melhor é começar a ser um praticante assíduo. O sexo alivia a tensão das veias do cérebro. A prática sexual ajuda a combater gripes e alergias. É um anti-histamínico natural. Estão a ver? Nada melhor do que ter prazer e fazer tudo isto ao mesmo tempo. Se estamos doentes, o sexo cura-nos. Se estamos gordos, o sexo faz-nos recuperar a forma. Se estamos mal, o sexo faz-nos alegrar. Se detesta-mos ir ao dentista, o sexo pode ajudar. Se estamos nervosos, o sexo acalma com certeza. E prontos…Todos nas práticas que isso é que interessa! Deixem as aulas teóricas para os avós…

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Anjo Gabriel II

É nestes dias assim cálidos da neve, em que até o céu lhe partilha a cor, que sinto a tua falta. Falta de alguém que nunca tive…É-me estranho sair á rua e olhar ao redor e não ver ninguém. Sento-me e cai-me neve nos ombros, olho para cima e pergunto-me porque me mata a saudade. Meu anjo, sei que estás aí, volta e responde-me! Traz-me a paz que não tenho e que não nasci para ter…Sabes Gabriel, és sempre tu que me aconselhas mas ultimamente tens-me fugido e não entendo o porquê de tu também me teres abandonado!? Mas porquê? E nem tu me respondes…Sentes rancor comigo, sentes mágoa mas sabes que me persegue o amor. Sabes que amo mas porque não estás comigo e me aconselhas? Va lá Gabriel, és o único anjo que me auxilia, perdoas-me sempre tudo aquilo que faço de mal, tens a pura consciencia de que ainda sou jovem e dás-me sempre alternativas, para que não seja obrigada a desistir ou a fazer uma má escolha. Mas agora tu também, deixas-te de me ajudar…Eu menti eu sei e então? Ninguém, nem tu Gabriel, tens o direito de me julgar por ter medo de sofrer ou por decidir não fazê-lo mais! Eu julgar-me-ei a mim mesma, serei culpada se assim me sentir. Não me culpes por ter cometido mais um erro, que embora tenha sido uma atitude errada e instintiva, era aquela que acabava com o meu sofrimento. Não queria desistir, mas eu desisto de mim mesma e com essa desistência desisto também dela. Tu conheces-me, já sabias que o ia fazer, mais cedo ou mais tarde….Mas escuta Gabriel, limita-te apenas a ser o meu anjo. Protege-me se assim to permitirem, ajuda-me se assim o quiseres, mas não me julgues porque posso rejeitar-te e fazer de ti um anjo caído. Não lhe digas nada. Nem sequer me denuncies porque eu também sei que cais-te e não te denunciei. Imaginas como me sinto Gabriel? Estou fria! Mexe-te! Volta para mim Gabriel, vem como a neve e embala-me…Deixa-te ser um floco e cai sobre mim! Mas não me desampares desta forma! Anda! Ai Gabriel, se eu fosse como tu, estaria contigo hoje e todo o sempre.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Não sou nada


Perguntaste-me se o rio

Corre como eu, mas sabes

Que sou eu que não corro,

Como o rio.



Sou instável e corrompo-me!

O rio é móbil e intacto,

Como se as gotas perdidas,

Se lhe fossem sempre restituidas.



Mas sabes que o rio

Passa, e eu também.

Passa arrastando-se

Deixando nas margens,

Marcas desse seu arrasto.



E eu? Passo como ele

E deixo-o passar por mim,

mirando-o da margem sentada.



Porque o rio não sou eu e eu,

Não sou nada.

AliUd in oRe, aliuD in cOrde

Ás vezes as circunstâncias da vida não ajudam a ser feliz. Sinto-me incapacitada de enfrentar qualquer problema seja ele mau ou pior ainda. E limitamo-nos a circundá-los, a passar-lhes ao lado, tentando arranjar uma solução que não vem nos livros de ciência quantica nem nos livros de outra ciência qualquer. E dizemos coisas que nem sentimos de forma a por cobro a situações dolorosas e até mesmo a relações inexistentes, que apenas existem em parte. Acabo assim a minha jornada com uma simples mensagem de Resignação, negando-me a mim mesma porque a nego também. Cheguei ao fim e decidi fazer com que todos acreditem que tudo não passou de um equivoco. Aliud in ore, aliud in corde! É mesmo…o coração pode sentir e a boca mentir…Como pode um ditado com milhares de anos de antiguidade estar certo! Como posso ter mentido assim, mas fiz-o porque estou farta de pensar que ela me ignora. Prefiro que ela pense que tudo foi um equivoco, um engano e que finalmente percebi o quanto enganava estava. A verdade e sinto-a cá dentro, no coração ou noutro orgão bem próximo, é que há mentiras que devem ser ditas para preservar as grandes verdades, que ainda verdades podem ser desastrosas. Não te amo! Era isso que querias ouvir, que sou adolescente e não distingo os meus sentimentos? Ok…já ouviste! Espero agora que me ouças porque será a ultima vez que me dirigirei a ti.

Ódio ao Ódio

E simplesmente pus fim a algo que nem sequer tinha começado. É incrivel como os paradoxos da vida se encaixam em mim…Diga-se de passagem que quando queremos que algo tenha um fim, temos de ser nós a dar-lhe esse fim. Não podemos estar á espera de morrermos simplesmente para dizer-mos as coisas que tem de ser ditas. É miserável esperar até á ultima! Posso dizer com toda a razão que me surpreendi a mim mesma. Tanto consigo ter coragem para o bem como para o mal e isso acaba por ser a minha maldição. Eu conheço-me tão bem que sei que vou começar a odiá-la. Farei para que não o faça mas eu sou tão teimosa que não correspondo á resignação nem a desistência. Amá-la foi só o inicio. E assusta-me saber que embora tenha tido isto um fim para ela, cheio de alivio e de leveza, para mim o fim está longe de estar perto. Vou odiar-te embora não deseje fazê-lo. As previsões confirmam-se ou começam a fazê-lo. Ele tinha razão, ele sabia que mais tarde ou mais cedo ia odiá-la. Mas se pensar bem, tudo começou com ódio e tudo acaba também com ele. Os sentimentos humanos são uma ciclica de acontecimentos e condições sociais, que embora cresçam e renasçam, voltam medonhos e perigosos. Não sei qual será a minha reação se tal acontecer. Talvez me refugie noutras pessoas mas de qualquer forma, terei de ultrapassar isto. Que merda de vida! E tenho a plena consciência de que se não tivesse feito bluff, ela nem sequer tinha pensado em responder-me sequer. Contudo, voltou a surpreender-me como todas as outras vezes.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

As palavras que nunca te direi

Não sei se devo ou não fazê-lo. Em todo o caso já fiz tantas coisas impensáveis que não me admirava que as voltasse a fazer. Há coisas que nunca farei assim como há palavras que nunca te direi. Costumo dizer que nem por cima do meu cadáver! Bem, visto desse modo talvez o faça. É estranho confessar-me. Aliás, é tão estranho como esporádico. Talvez o facto de não ser católica ajude a que isso não aconteça. Nunca te direi que te amo. Sabes que já o fiz mas não voltarás a ouvi-lo. Nunca repito duas ideias quando não as querem ouvir. Nunca direi que me fazes falta porque a saudade acaba por matar-me. De facto, sinto-me a morrer em vida. Nunca te direi que te percebo. Sabes que o faço desde o inicio e não te condeno. Nunca te direi para não me falares, embora isso ajude a desativar-me. As decisões são todas tuas, eu limito-me a não responder caso decidas falar. Nunca te direi para me compreenderes porque sei que o fazes lá bem no fundo. São escolhas e cada um tem-nas próprias. Nunca te direi quem és embora nem tu saibas sequer. Cabe a cada um descobrir quem somos e aquilo a que estamos destinados. Nunca te direi o que podes esperar. Não sou vidente embora tente descobrir o teu futuro através de factos e assimilições. Lamento saber que talvez não tenhas tempo de descobri-lo. Nunca te direi aquilo que eu quero. Já o sabes e volterei a repeti-lo mais uma vez. Quero-te a ti. Nunca te direi porque foste tu porque nem eu sei. És um enigma sem resolução, uma tendência sem moda, um tesouro sem mapa. Nunca te direi que me matas. Apenas o lerás. A coragem já me falta e começo a falhar-me a mim mesma. Nunca te direi que sofro. Não é sofrimento. É fracasso por não ter quem quero. Não tenho tempo para sofrer. Nunca te direi que a vida é injusta. Aprenderás ou já aprendeste que o é. Nunca te direi que a minha desilusão és tu. Não me sinto com direito de te chamar “desilusão”, mas a verdade é que o foste. Nunca te direi que nunca vou esquecer que me ignoras-te. Nunca serás completa porque acabas-te por fragmentar-me. O Universo acaba por equilibrar a balança que por enquanto pende para o teu lado. Nunca te direi que te odeio. Sinto um rancor enorme quando te vejo, chego a sentir-me vazia e apetece-me bater-te. Porém, também me sinto bem por te amar. Isso acaba por salvar-te. Nunca te direi que serei sempre correcta, tenho limites e estou prestes a derrubá-los. As consequências medir-las-ei mais tarde. Nunca te direi como te admiro. Certamente, nem quererias ouvi-lo. Eras muito capaz de me ignorar mais uma vez. Nunca te direi mais nada. Nem um “olá” nem “adeus”. Tu já te despedis-te á muito tempo! Nunca te direi para me ouvires porque talvez não fosse capaz de falar. Há coisas mais importantes. Nunca te direi “desculpa”, porque o erro não foi mentir mas ser sincera. Nunca te direi para também tu me amares porque até já eu, aprendi a amar outra pessoa para além de ti. Nunca te direi que vais ser feliz. De facto não serás. Posso afirmar com certeza de que és ainda mais vazia do que eu. Nunca te direi que ganharás essa tua batalha de aparências rudimentares mas talvez te sintas bem se pensares que o fizes-te. Nunca te direi para desapareceres. Ambas temos lugar no mundo e tempo de vida. Estas palavras nunca as ouvirás porque todas elas são aquelas que nunca te direi.