terça-feira, 4 de novembro de 2008

A chamada “Geração Rasca”

Chamam-me a mim, membro da “Geração Rasca”. O mais interessante é que aquela geração que nos educou foi também a geração que nos deu o nome…Há aqui entao um dilema de compreensão entre duas gerações. Das duas uma: ou fomos bastante mal educados ou á geração anterior, lhes eram exigidos valores e ideais demasiado altos.
A chamada “Geração Rasca”, é um protótipo ainda em desenvolvimento das gerações posteriores. Por enquanto, limitam-se pelo vagabundear de manha á noite, nas ruas das metropoles, de calças nos joelhos, cigarrinho no beiço e erva no bolso, para o caso de apetecer. Mas se existem ainda duvidas, basta olhar-mos para os becos sem saída, ou então, para as famosas ruelas das antigas cidades medievais. Quatro em cada dez jovens, fumam “ganza”, erva ou os demais nomes que lhe queiram chamar. Sete em quinze, vestem-se segundo novos valores, calças cada vez mais no fundo, rotas de cima a baixo, lenços na cabeça e no pescoço, chapeus á noite, botas de cabedal no Verão, etc. 70 % dos jovens fuma, agora tabaco. E se reparar-mos bem, o numero de jovens que ingere drogas pesadas, ainda é muito baixo (isto, visto de uma boa perspectiva).
Contudo, esta “Geração Rasca” tem valores que permanecem. Continuam a deitar o lixo fora quando as mamãs lhes pedem, tomam conta de um brother quando o outro não pode, ajudam a atravessar a avózinha na passadeira com medo de perder a herança, tentam poupar para se mostrarem interessados pela crise, leêm livros de pirataria para aprenderem pelo menos um oficio na vida, vão á escola para darem ênfase áquilo que aprendem nas ruas, engaleiam-se para treinaram para o karaté, aprendem a escrever para falsificar assinaturas, fumam mas é sempre só para experimentar, apanham “borracheiras” mas nunca é culpa de quem bebe mas de quem oferece, ouvem musica cada vez mais pesada para gastarem energias, mudam de companheiro como quem faz coleção de moedas, ficasse sempre com a mais barata, a única coisa na vida que tem algum interesse, é saber que são limitados, que têm de fazer tudo agora, porque o tempo não espera por eles.

2 comentários:

Anónimo disse...

Muito bom si sanhora!

Anónimo disse...

Não posso deixar de comentar este post. Está sensacionalmente bem escrito e bem visto, directo. Uma excelente perspectiva da sociedade jovem de hoje, que serão os senhores de amanhã, preparados pela sociedade de ontem. Contudo não "culpo" apenas quem "nos" deu a educação que possuímos hoje. Muitas vezes é a própria consciência de cada indivíduo que danifica a educação de cada um. Das duas uma: ou têm gosto em ser rebeldes, marginais ou seja lá o que for, mesmo tendo consciência que o que fazem é errado, ou não têm, de todo, consciência de estarem a fazer mal. Muitas vezes até, aos filhos é-lhes incutida uma educação correcta, mas a certa altura da vida são como que "abandonados", como se já possuíssem toda a educação necessária. Isto é o que eu acho.
No entanto, texto excelente este teu.