quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Vencida mas feliz


Quando a vida nos dá segundas opurtunidades, a questão que se põe é se devemos ou não aceitá-las. Se o fazemos é porque tentamos ultrapassar e esquecer os problemas da forma mais fácil e rudimentar: fugindo deles. Se não as aceita-mos é porque cometemos um erro irremediável e podemos não mais ter tal hipotese, tal chance. Quanto a mim, não quero fugir dos problemas mas também não quero que briquem comigo e viver as mágoas de outra pessoa. Mas também não me quero culpar por ter deixado escapar pessoas que me queriam tão bem que até se tornavam medíocres e rastejantes, á espera que ultrapassasse os meus medos. Podem parecer inuteis mas nos momentos mais dificeis são elas, com quem podemos contar, é ele que me chama, é ele que me ajuda e me tenta fazer sorrir e eu simplesmente, passo todo o tempo a negar-lhe aquilo que ele mais quer, a mim.
Durante todo este tempo de incerteza e dor constante, reparei que sempre que estive mal nunca foi a pessoa que amo que me ajudou nem tão pouco que me falou, até porque ela é a causadora de todo o meu mau-estar. Mas foi ele, que se oferecia como a nenhuma outra, que me guardava como sendo dele, que me apoiava mesmo sabendo que queria ser apoiada por outra pessoa que não ele.
Lamento ter sido derrotada desta maneira, mas na vida há vitórias e derrotas e algumas derrotas, são mais dignas de que muitas vitórias. Mesmo assim, sinto-me vencedora, porque me assumi perante todos sem medo de enfrentar aquilo que sou. Sinto-me livre porque o meu antigo amor morreu para dar lugar a um novo amor. Este sim, está comigo sempre, quando preciso e até quando não me faz falta. Este sim me dá valor e me apoia sempre que preciso. Este sim combina comigo! Partilha-mos afectividades, recordações, sabores e delicias, somos muito diferentes mas demasiado iguais. E aquele ar timido e contraído choca com o meu feitio descarado e solto. E levas-me sempre que quero a conhecer-te. E sabes que já não te resisto porque minha obssessão suprimiu-se.
Mesmo sentindo-me vencedora nesta batalha de silêncios e submissões, ainda tenho aquele suspiro profundo que me abala o coração se não a vejo. E há facetas dele que me levam a pensar nela. Quanto a isso, nada posso fazer. Sem duvida, sou mais feliz. Isso já é suficiente!

Sem comentários: