quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Não sou nada


Perguntaste-me se o rio

Corre como eu, mas sabes

Que sou eu que não corro,

Como o rio.



Sou instável e corrompo-me!

O rio é móbil e intacto,

Como se as gotas perdidas,

Se lhe fossem sempre restituidas.



Mas sabes que o rio

Passa, e eu também.

Passa arrastando-se

Deixando nas margens,

Marcas desse seu arrasto.



E eu? Passo como ele

E deixo-o passar por mim,

mirando-o da margem sentada.



Porque o rio não sou eu e eu,

Não sou nada.

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