Perguntaste-me se o rio
Corre como eu, mas sabes
Que sou eu que não corro,
Como o rio.
Sou instável e corrompo-me!
O rio é móbil e intacto,
Como se as gotas perdidas,
Se lhe fossem sempre restituidas.
Mas sabes que o rio
Passa, e eu também.
Passa arrastando-se
Deixando nas margens,
Marcas desse seu arrasto.
E eu? Passo como ele
E deixo-o passar por mim,
mirando-o da margem sentada.
Porque o rio não sou eu e eu,
Não sou nada.
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