quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Qualquer coisa... Mas não te levem!

Não te quero para preencheres as minhas partes vazias.
Quero ser plena sozinha.
Quero ser tão completa que poderia iluminar a cidade toda.
É só aí é que te poderia e quero ter.
Porque nós os dois,
Nós os dois lançamos fogo a tudo.
E senta-mos em frente para ver arder.
E é aí que somos os dois plenos,
A rir da nossa própria fogueira quase a tocar-nos nos pés.
A pisar-mos as cinzas onde vamos construir o nosso palácio e a contar-mos os arcos da ponte como se planeassemos roubá-la durante a noite.
Falta-me tanto e no entanto sei que tenho tudo que preciso. Uns dias menos bem.
Outros dias contigo.
E é esse abraço forte que fez juntar todas as peças que outros deixaram empilhadas.
Que fez bater a saudade.
Porque o coração nunca parou de bater.
Eu sei que tu gostas que eu seja poeta.
E sei que morremos de amores os dois para estarmos nus.
Se a minha poesia não te souber bem,
Não cuspas!
Pode muito bem vir a ser a nossa historia.
Acredito em ti.
Por isso e tudo o resto peço que não te levem.
Qualquer coisa... mas não te levem.



quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Ensinam o silêncio

Nós calamos tudo. Andamos de mãos dadas e calamos tudo. Calamos o pensamento. Calamos o sentir. Calamos a vida. Calamo-nos mutuamente. E sem mão á frente da boca. E sem nada. Calamos o mendigo á nossa porta. Calamos o vendedor que nos toca á campainha. Calamos o ladrão a roubar só para nos sentir-mos seguros. Calamos a estupidez das pessoas. A pobreza de milhares. Calamos o roubo nos bancos. Calamo-nos outra vez. Calamos a necessidade. Calamos a mentira. Calamos a verdade. Calamos o não saber  de todo. Calamo-nos de mãos dadas. Calamos os inocentes. Calamos a justiça. Calamos a educação dos filhos. Calamos o dever de os criar. Calamos a falta de tomates para tomar decisões. Calamos a coragem. Calamos a vergonha de andar-mos de mãos dadas. Calamos o ouvido do outro. Calamos o ser sábios e nada saber. Calamos a traição. Calamos o medo que nos cospe na cara. Calamos a incerteza que nos torce a espinha. Calamos o não poder caminhar. Calamo-nos de mãos dadas. Calamos o trabalho. Calamos o tempo que nos ocupa. Calamos a vida novamente e anda-mos de mãos dadas. Calamos a sabedoria dos velhos. Calamos a calma dos politicos. Calamos os dias uns atrás dos outros. Calamos tudo. Calamo-nos de mãos dadas. Calamos a conta da água e da luz.  Calamos a comida que nos servem. Calamos o calor na barriga. Calamos a cólera dentro de nós.  Calamos o abrigo seguro. Calamos a farmácia da esquina. Calamos o tratamento. Calamos uma possível condição. Calamos a luz. Calamos a visão. Calamos a gravidez. Calamos a mãe. Calamos o pai. Calamos o aprender a calar. Calamo-nos porque sempre nos ensinam a calar.

sábado, 4 de janeiro de 2014

Humans

Because you are the reason of all of this. Just because I couldn’t live without you by my side.
That’s the reason why you still alive and breathing. You… My eternal sunshine, my magic pearl…
In you are all my thoughts and my entire will. You’re commanding all my troops and deep inside I always knew you’re were capable of such a task.
I’ve never love you like I ‘m loving you now. It’s such a magic and beautiful feeling to know that I can never leave if I want to feel myself complete.
Besides, you’re everything I was looking for, a beautiful love story, an amazing will to try, expecting that the distance will never kill us both.
I love you for everything you are, not just for a few terms you’ve presented me like I was you’re lawyer and you were my law.

We’re not burocrats in love.
We’re just humans.

terça-feira, 28 de maio de 2013

Song about being lost

Everybody's talking about the love.
I cannot make.
Everybody's saying
That I'm only here to pretend.
Everybody's thinking
That I'm the only fool here.
Nobody's making
Any difference in the end.

We can cry a river,
We can shout it all out.
That you still believe in,
But I just let it all drown.

Cry a river,
Cry a moonlight.
Breath in the water
Don't forget to die.
Love's not religion,
Love's not the cause.
People's disturbings
Help me to get lost.




quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Fallacy


Today, I’m feeling like a stranger in my own body.
My opinion doesn’t count anymore.
My beliefs and thoughts are full with terror, fear and imaginary magical potions to make my dreams come true.
Come, my dearest fairy...
Fulfill them for once.
It’s all I’m asking.
I’m desperately changing into someone I’m not.
Save me from myself and this cruel reality.
Take me some place else.
Kill me if you have to.
How many people I need to have with me to feel I’m adored?
To feel that someone cares about who I am or what I’m going to do?
To pretend I’m happy when I’m not?
Answer me because Gabriel has given up of his cause.
Now, I have nowhere to go.
I’m always alone in this ghost walls full with persons with their own ghosts…
To much to worry about…
I’m always the second choice never the first one.
Life never smiles why do I need to smile back if she doesn’t move?
Pretend I’m your lover not your wife fairy…
They always opt for the lovers instead of me.
Typical reaction…
So much typical that I rather be dead than being here, today, with…
I need you fairy!
All my hopes, all my positive feelings are deposited on you and just you.
I receive no love, no passion, no attention…
Why do I have to stay if no one cares? If no one listens? If everyone ignores?
Everyone…
How desperate I am…
Everyone turned to no one long time ago.


Got you in my dreams (Vives nos meus sonhos)


Fostes da mesma forma que viestes.

Rápida, fugaz...

A toda velocidade.

Não te lembro senão por aquilo que foste.

Uma passagem.

Uma passagem que mudaria o meu percurso, a minha forma de ver as pessoas.

Uma passagem que traria conflitos que eu mesma teria que resolver.

Foste sem deixar recado, sem despedida.

Continuei a manter-te em segredo, bem escondida entre os dentes como aquela pastilha-elástica que vai perdendo o sabor de tanto se mastigar.

Corri riscos, deixei-me enganar.

Abandonei tudo aquilo que me fazia feliz.

E hoje, que unicamente te guardo na memória, arrependo-me de ter tomado todas e quaisquer decisões na minha vida até hoje.

Arrependo-me de te ter tornado um ritual, uma história...

Vives como um fantasma na minha cabeça, acorrentado e com medo da vida.

E realizas-te como uma ameaça para aqueles que te lembram dentro de mim.

Está na hora de desligar, de dar oportunidade a outros.

Estar presa a um passado faz-me criar conflitos e não deixa que eu me agarre a este presente, a este presente que não só a mim pertence.

Dar-te vida.

Era esse o meu propósito que falhou pois seria bastante assustador ser apoiada por um fantasma.

Sempre foste o meu impulso, o meu remo, a minha Costa.

Hoje, isso deixará de ser uma verdade.

Nunca ninguém será como tu.

Mas será que não terei já encontrado alguém melhor?

Alguém vivo?

Outro impulso?

Hoje, o adeus está firmado.

Ficarás guardada sim mas bem fundo para que seja impossível desenterrar-te outra vez.

Para que não seja tentada a fazê-lo...

Para que não sejas mais uma ameaça para ninguém.






segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Coagida


Era uma vez uma menina que virou mulher.
As primeiras coisas que se perderam foram a inocência, a infantil verdade e os cereais de manhã.
Fui deixando os hábitos, fui perdendo as virtudes, foram crescendo os defeitos e moldou-se a personalidade.
Nada resta dessa menina.
Mudo todos os dias, transformo-me a todo o instante, envergonho-me por me ter tornado na pessoa que sou hoje.
Perdi o jeito para o desenho.
Perdi o jeito para ser eu.
O eu que era e que queria reaver, tão dócil e puro.
Fui corrompida pelos vícios, pelas atitudes dos outros, pela moral emprestada.
Pedem-me coisas que não posso dar.
Pedes-me para me ter de volta mas quem tu pedes não sou eu.
O que eu era deu-te tudo, deu-te a pureza que precisavas, ofereceu-te uma possibilidade.
O que eu sou desiste facilmente.
Falhei-te.
Perdi também o ser ambiciosa, o ser perseverante, o lutar até mais não poder.
Sinto-me doente e coagida pelas lembranças a manter-me de pé.
No fundo, são elas que me agarram quando estou a cair, são elas que me mostram que poderá ainda ser possível.
São elas que me lembram que te amei e que continuo a fazê-lo embora agora não tenha forças para agir, não tenha vontade de falar, não possa compensar-te e trazer de volta a pessoa que tu realmente queres.
Não posso mais ser tua cúmplice se me debato comigo mesma.
Começa a procurar-me.
Será mais fácil.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Estica que a corda é curta


Sinto-me a atingir um limite à muito esperado.
Estou cansada de ser usada, de ser manipulada, de me atirarem tudo e mais alguma coisa á cara sem razão.
Quando eu dou tudo e mais alguma coisa.
Tudo que tenho, que possuo, que é meu e inteiramente só meu.
Farta, fartíssima de pessoas ingratas que têm manias e preconceitos e que teimam em não me perceber.
Em virar o jogo para o lado que convém.
Em virar-me a mim contra mim própria e deixar-me cheia de pesar, peso na consciência e remorsos daquilo que é hoje a minha vida.
Não me faço de vítima mas cansa ser pisada durante tanto tempo, ser abusada e ser tudo calculista à minha volta.
Procuro descanso, paz de espírito, resolver o que tenho que resolver.
Preciso de motivação para levar isto para a frente até para continuar a viver.
Sinto-me complexada com o mundo à minha volta, sinto-me fora de série e ao mesmo tempo uma inteira merda.
Cansa-me saber que todos estão à espera que eu seja forte e que não tenha as chamadas recaídas que todos os outros terráqueos têm.
Até mesmo os animais.
Satura-me o facto de estarem todos à espera do mesmo, que eu resolva, que eu salve, que eu isto ou que eu aquilo.
Preciso de abrir os olhos e deixar de ser conas, enfrentar o que há para enfrentar e deixar de ser mimada e manipulada por quem quiser fazê-lo.
É tão fácil levar-me mas a bem nunca ninguém foi capaz de o fazer.
É triste saber que tenho tanta gente e quando dou por mim estou sozinha a levar com problemas de consciência uns atrás dos outros, a apanhar com os problemas dos outros, a disponibilizar-me para ajudar e ouvir, para fazer e refazer e o que recebo em troca?
Merda para mim!
Estou destinada ao fracasso.
Estou destinada a sofrer.


Mas tudo que vem também vai.
Tudo que faço, desfaço.
Tudo que sou, muda como mudam as pessoas.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Eterno Amor

Querido papá e mamã, 
Quero que saibam que a minha distância pode ser encurtada com algumas horas de viagem. 
Nada definitivo. 
 Não sumi nem vou sumir nunca. 
Vou sempre ser a menininha que levavam a passear mesmo que a minha noção de passeio tenha mudado com o tempo. Vou ser sempre a criança irritadiça que vos enche a cabeça de anedotas e vos transtorna a alma de tanto rir, que vos faz querer o mundo, que vos faz ter esperança nele. 
Sei que não querem nem desejam de forma alguma que tenha a vida que vocês tiveram. 
Casar, ter filhos, dedicar-me a uma família e abdicar da minha vida, da minha independência, dos meus objectivos. Sei também que puseram tudo em mim, que depositaram toda a vossa confiança, todo o vosso amor e carinho, toda a vossa fé se é que existe, todo o vosso pensar foi dirigido para mim e para o irmão lindo que tenho. 
Não. 
Não vou ter essa vossa vida dedicada aos filhos embora anseie por tê-los no regaço, como me tinhas tu mãe. Não vou pedir-lhes que me ensinem a dar cambalhotas pai. Sempre fingiste que não sabias só para me filmares com aquela câmara velhinha e pesada que pendia sempre do teu ombro...só para me ver chegar, rebolar, jogar á bola. Só para me ver a martirizar o Snoopy. Também não me esqueço nunca dele embora outros com a mesma densidade de ternura tenham entrado na minha vida. 
E sei que também não vou ter esse amor que nutre em vocês, sempre altivo e galante, desde sempre até hoje. Sempre me lembro de vos ver a pegar um com o outro, de vos ver rir e brincar. Recordo-me vagamente dos vossos sorrisos cúmplices um para o outro quando me levavam á praia. 
Ainda os vejo hoje. 
 Esses sorrisos, esses olhares. Tão verdadeiros, tão derradeiramente estupendos, tão avassaladores. Desejava ter isso, ter alguém para partilhar a minha vida como vocês fizeram. Quero ser assim, daqui a uns longos anos. Olhar para uma pessoa e sentir-me apaixonadíssima como da primeira vez. 
Vejo-vos a envelhecer, a adoecer e sei que vão ser sempre os dois, sempre vocês, com esse vosso ar especial de lidar um com o outro, sempre a renunciar beijos mas sempre á espera que se peçam. Não importa pai se és frio ou queres parecê-lo, se tu mãe reclamas porque ele é gastador. Importa que se souberam entender e que sempre foram moderadores um do outro. são sublimes para mim. 
Não sei... Sei que posso ter tudo aquilo que tiveram mas não isso. Não esse amor eterno que nunca morre, essa paixão faminta que ainda existe, esse segredo que mantêm os dois. 
O segredo de como serem só um no meio de tanta gente.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Thanksgiving

It's easy to find you in a middle of a message. Most difficult is to find you giving yourself to me. The reason is vanishing. Love is trembling. Passion is gone. There's no future, there's nothing to compare it. At least, that's what you've been thinking till now. Maybe even today, you opinion stills the same. You'll never change. Your illusions will always be future hopes. And I will be your support till you realize you've had enough. Till you've notice that love is not here but far away from you, from us. To get away...To run...To leave everything behind... That's what you always wanted. Someday, you will get away with all your lies, fake reactions, feeling that never were. That never existed. Knowing shakespeare, knowing Poe... It never mattered. Not even when I tried to teach you why they have wroten the way they wrote. Why Frida painted that way...Used those colours...Referred to that subject. My intelligence was not enough to fight against an illusion... Maybe a potencial love. By the way, buying your lies for a while it's like being spanked. We don't like it but seams a good option sometimes. Listen to them over and over and over again it's like bad sex. We can fuck but we always get tired.